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Capítulo 6

Resposta de defesa humoral adquirida

A resposta de defesa humoral consiste na produção de anticorpos a partir da ativação de linfócitos B que entraram em contato com um antígeno associado a patógeno, toxicinas ou outras moléculas antigénicas, isto é, moléculas que não saõ reconhecidas pelo organismo como moléculas próprias.

Os linfócitos B fazem o reconhecimento antigêncio através de receptores de membrana conhecidos por BCR (B cell receptors). Os BCRs nada mais são do que imunoglobulinas de membrana, proteínas de superfície capazes de desencadear a resposta dos linfócitos B.

Anticorpos

 

Anticorpos são proteínas produzidas através de recombinação gênica que ao entrar em contato contato com substâncias estranhas a uma determinada espécie animal são  aperfeiçoadas ou melhoradas com o objetivo claro de se ligar a moléculas desconhecidas para que estas sejam eliminadas. Geralmente, estas moléculas estão associadas a patógenos, isto é, fazem parte da superfície celular externa. Por exemplo, a fim de neutralizar o vírus SARS-COV-2 os anticorpos podem se ligar às proteínas de superfície conhecidas como espículas. Neste caso, as espículas são utilizadas pelo vírus como ponto de contato com receptores das células hospedeiras para que ocorra a entrada na célula. Ao se ligar aos anticorpos o vírus não consegue mais infectar as células. 

Embora pareça ser simples, o que se observa neste exemplo do SARS-COV2 e outros patógenos é que naturalmente a resposta natural é inadequada para muitos indivíduos. Em linhas gerais, a carga viral pode ser alta o suficiente para debilitar o hospedeiro que geneticamente não responde rápido ao invasor em um primeiro momento e fica incapacitado do ponto de vista fisiológico para uma resposta adequada. Por outro lado, a exposição a antígenos em baixa concentração desencadeia uma resposta fraca e pouco duradoura. Neste aspecto a produção de anticorpos a partir de uma vacina que contenha níveis adequados de antígenos pode ser mais eficiente. No último capítulo, estes aspectos serão discutidos com o conhecimento que temos até o momento.

Anticorpos são também sinônimos de imunoglobulinas (Ig) de várias classes conhecidas como IgD, IgM, IgG, IgA, IgE. Aqui vamos abordar a estrutura dos anticorpos, resposta primária conduzida por anticorpos IgD e IgM de membrana e a secreção de IgM que acontece a partir do primeiro contato com o antígeno.

Além de uma região variável presente nos anticorpos, necessária para reconhecimento de antígenos, existe uma região conservada que serve de ponte de contato e amplificação da capacidade de mediação de resposta. Esta região é conhecida como fragmento conservado (Fc), pois é isolada em laboratório a partir da digestão enzimática de anticorpos. 

Entrando um pouco na ficção científica da inteligência artificial, o genoma animal é um banco de informações (Big data), que contém informação genética com uma gigantesca possibilidade de rearranjo. Caso a informação processada atinja sucesso elimina-se o patógeno. Um erro de processamento e o patógeno vence a batalha. Um equilíbrio pode levar ao aprendizado dos organismos (ou aprendizagem de máquina). Meu primeiro contato com aprendizagem de máquina analisei um banco de dados contendo estaturas de homens e mulheres para ensinar a máquina a reconhecer o sexo do indivíduo. A probabilidade de acerto pode ser alta, mas há um risco estatístico e limitado a dois gêneros apenas, uma informação inútil nos dias de hoje. Assim é mais ou menos como funciona a produção de anticorpos: um teste de probabilidade cuja resultante somos nós que sobrevivemos como espécie.

 

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